GreatWritersFranzKafka

  • Subscribe to our RSS feed.
  • Twitter
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • Facebook
  • Digg

Wednesday, 30 November 2011

Entropy, Entropia, εντροπία: Charles Ives - "The Unanswered Question" e outras perguntas não respondidas, Brother

Posted on 05:24 by Unknown


Três tentativas apenas, mas o eco de sua voz aponta, inevitalmente, para a única direção da seta do tempo: cada vez menos informação/energia útil pode ser utilizada. O poeta Robert Frost se perguntava ainda se o mundo terminaria em gelo ou fogo, mas, desde o Nobel de 2011, já não resta nenhuma dúvida de que tem o controle há 5 bilhôes de anos. São estes belos conceitos, digamos, "capitulativos" que nos ocupam com aquelas questões quase que "retóricas", já que o universo começou e terminará sem nosso aplauso, pois, depois do alvará da criação, seu engenheiro entrou em férias ou aposentadoria prematura, quem sabe, no ressort do nada e passou uma procuração para a entropia cuidar dos aspectos burocrárticos do longo processo, ou você teria alguma dúvida de que a natureza trabalha em favor do erro e que, no cerne de todos os encadeamentos catastróficos, parece sempre existir uma força amorosa secreta que investe na mesma direção mais improvável e, no balé macabro de suas simultaneidades, finalmente se encontram produzindo dano total. Por outro lado, existe, sim, uma possibilidade matemática remota de 50 chimpanzés digitarem, em velhas máquinas de escrever, num canto remoto do universo, todos os sonetos de Shakespeare, mas seria bom não esperar por isto, nem tentar atravessar a parede à sua frente.

Energia e materia escuras são enunciados que, no método científico, denominam-se, de acordo com a retórica aritotélica, "apofânticos", ou seja, a ciência descreve o que NÂO pode ser, como uma cerca mal ajambrada diante do precipício das significações. Conhecemos as propriedades e efeitos de ambas, isto é, a menos que você seja adepto de MOND, por exemplo, é como pedir a conta no restaurante e saber que a gorjeta é mais de 70%.

Duas velhinhas estão num asilo e uma diz para outra: Nossa, como comida por aqui é uma porcaria! E a outra retruca: Além disso, é pouca! Isto é a vida. Dura pouco, é tediosa e geramente é uma tremenda porcaria, salvo quando, do vácuo quântico, fulgura uma piada de Monty Python, ou uma melodia como a "Galaxy Song". Mas a vida enquanto auto-organização desafia esta entropia com sua matemática do caos. De maneira paradoxal, a vida, em sua tenacidade (apenas da perspectiva da geologia terrestre), parece ser um imperativo como febre auto-reflexiva da matéria para um dia cair em contradição e ser a contraparte da entropia, pois ela obedece a rigorosos padrões matemáticos, perfeitamente descritíveis. O velho Hegel afirmara uma vez que só é verdadeiro o que não produz contradiçâo, mas trata-se exatamente do contrário: somente pode ser verdadeiro aquilo que produz a contradição.

Pois seja o que for a "vida", e sua dignidade como pergunta e tentativa, ela não é e nem nunca foi apenas o produto da mera "adaptação" ao meio, ao contrário, ela sempre produziu um "excesso" de formas e padrões que os cientistas chamam quase que, por licença poética, "estéticos". Sabemos que existe vida apenas na terra. Sabemos também que existe vida com humor apenas na terra na busca permanente da piada definitiva. E sabemos também que a vida existe, porque o céu é escuro, apenas alguns kelvins acima do zero absoluto, caso contrário, seríamos assados naquele espeto universal da churrascaria da criação

Mas basta apenas olhar para o céu na distribuição uniforme de matéria visível e ver o absurdo, pois ele é uma imensa piada na forma de uma perfeita curva de corpo negro e somente poderia haver uma explicação plausível para que nossos vários modelos inflacionários encontrem um denominador comum com essa pequena jóia criogênica chamada sonda Max Planck e, bravamente, com nosso método "apofântico", chutaremos a cerca apenas alguns metros um pouco mais para longe.

No final do XIX, o fantasma da entropia e sua morte pelo gelo assombrou e também incediou a imaginação artística como diagnóstico da decâdencia da civilização européia. Se a própria história é um "motor", ela também deverá estar submetida às mesmas leis que organizam os processos físicos e químicos. O dramaturgo Alfred Jarry esboçou na figura do pai Ubu uma nova ciência que chamou de "Patafísica", justamente aquela que faz as perguntas que nenhum departamento ou instituição pode formular com dinheiro público. A Patafísica se define como a "ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções" Por exemplo, qual seria a superfície de Deus. Não parece tão aburdo assim quando imaginamos que o tamanho do universo real, em relação ao seu horizonte de visibilidade no campo profundo do Hubble, seria, numa estimativa modesta em ordem de grandeza, equivalente à distância do núcleo à nuvem eletrônica que o circunda. Um ser humano andando é uma bolsa de água instável com um capacitor elétrico que produz contra-imagens e sonhos difusos, cujo centro de gravidade mal pode ser calculado no seu andar desengonçado. Como ele aprende a ficar de pé é uma história de amor a cada nova criança. Mas antes que as luzes se apaguem, finalmente, talvez você queira saber as respostas àquelas perguntas "definitivas" que o History e o Discovery Channels prometem responder depois do intervalo: Afinal, o que existe na área 51, quem assassinou J.F.Kennedy, e o que fizeram, enfim, com os cadáveres da autópsia de Roswell, pois o desejo de tudo não passe de um conto de fadas que a mamãe nos contou antes do beijo de boa noite será a imagem final antes que seus olhos se fechem. Será que alguém se lembrará de que você esteve na superfície do planeta, Brother, pois, certamente, a seta do tempo aponta que não haverá outra vida, nem ilha, e que não existe nenhuma possibilidade de você nascer de novo com a cara do Sawyer e, mais ainda, já que todos os sinais eletromagnéticos de vestígio humano a alguns anos luz em nossa vizinhança ainda são pura estática da qual não se pode extrair qualquer informação útil e se confundem com o ruído de fundo, eu não colocaria mais nenhum centavo no Setti, pois isto não é mesmo, definitivamente, ciência, Brother, a Grande Ciência não se baseia em "sustos" e "wishful thinking"

e o que você fará, então, esperar o último próton decair e suspirar, "ah, já estava mais do que na hora" e agora posso "não existir" mais em paz, o último apague as luzes. Haveria outras perguntas mais técnicas, que obcecam a maioria dos cientistas na tristeza burocrática de suas carreiras sem brilho, enfim, como é possivel existir num universo que literalmente "desconstroi" as evidências de seu desenvolvimento, sua própria historicidade material, pois sua acelerada expansão tornará nossa vizinhança cada vez mais solitária e, para este observador de um futuro remoto, não haveria mais a possibilidade sequer de reconstruir o que nós ainda podemos com a CMB e as supernovas 1A. Literalmente, o horizonte estaria "vazio" e seu "paradoxo" atual, que nos leva necessariamente à curvatura quase zero em grandes escalas (K 0) deixaria de ser um problema. Mas certamente a pergunta mais solitária e desesperada é que, nesse tempo remoto, não existira nenhuma "ilha de calor" para os nossos sonhos colonizarem, enfim, para onde iriam os nossos sonhos, memórias, o que amamos e odiamos, o último vestígio de informação útil daquilo que já foi certa vez seu "corpo" e a ilusão de "alma" que ele engendrou como um espasmo no abismo frio e escuro da noite eterna.
Email ThisBlogThis!Share to XShare to FacebookShare to Pinterest
Posted in | No comments
Newer Post Older Post Home

0 comments:

Post a Comment

Subscribe to: Post Comments (Atom)

Popular Posts

  • "A tiger - in Africa?" - Monty Python's The Meaning of Life (1983): The First Zulu War. Natal 1879 (not Glasgow)
    Democracy and humanitarianism have always been tarde marks of the British Army and have stamped its triumph throughout history, in the furth...
  • California Through the Lens of Hollywood by Dana Polan
    From the cartoons that I watched on television in my East Coast childhood, I remember what was for me a primary image of California. Several...
  • Most Evil Women in History: Satan's Daughter Elisabeth Förster-Nietzsche
    Elisabeth Förster-Nietzsche, (born July 10, 1846, Röcken, near Lützen, Prussia [Germany]—died Nov. 8, 1935, Weimar, Saxe-Weimar-Eisenach [G...
  • The Two versions of the Imaginary - Maurice Blanchot, The Space of Literature
    But what is the image? When there is nothing, the image finds in this nothing its necessary condition, but there it disappears. The image ne...
  • Poesia e Composição - A Inspiração e o Trabalho de Arte, João Cabral de Melo Neto (Versão Integral)
    (Conferência pronunciada na Biblioteca de São Paulo, em 13.11.52,no curso de Poética) A composição que para uns é o alto de aprisionar a poe...
  • Alien and the Monstrous-Feminine by Barbara Creed
    The science fiction horror film Alien (1979) is a complex representation of the monstrous-feminine in terms of the maternal figure as perce...
  • The God’s Script by Jorge Luis Borges
    The prison is deep and of stone; its form, that of a nearly perfect hemisphere, though the floor (also of stone) is somewhat less than a gre...
  • The Genius of Josef Lada
    The hugely popular illustrator, cartoonist, painter, and novelist, as well as a successful caricaturist and stage designer, Josef Lada was b...
  • Hegelianism For Dummies
    No doubt we are intelligent. But far from changing the face of the world, on stage we keep producing rabbits from our brain, and snow-white ...
  • The Mother of All Bubbles - Gordon Gekko - Wall Street: Money never sleeps
    You wanna know what the mother of all bubbles was? Us. The human race. Scientists call it the Cambrian Explosion, from the Cambrian fauna.It...

Blog Archive

  • ►  2013 (133)
    • ►  August (6)
    • ►  July (11)
    • ►  June (22)
    • ►  May (23)
    • ►  April (21)
    • ►  March (17)
    • ►  February (19)
    • ►  January (14)
  • ►  2012 (269)
    • ►  December (20)
    • ►  November (15)
    • ►  October (12)
    • ►  September (7)
    • ►  August (22)
    • ►  July (21)
    • ►  June (27)
    • ►  May (27)
    • ►  April (22)
    • ►  March (24)
    • ►  February (31)
    • ►  January (41)
  • ▼  2011 (98)
    • ►  December (26)
    • ▼  November (55)
      • Entropy, Entropia, εντροπία: Charles Ives - "The U...
      • Equinox - Einstein's Biggest Blunder
      • Harald Lesch - Einstein und die Astrophysik
      • Josefina (Ópera Pop) - A Conversão: Skinheads Habe...
      • Space Cowboys - Das Apollo Projekt
      • The Nobel Prize in Physics 2011 "The world began w...
      • 7. Atoms and Particles - Sean Carroll - Dark Matte...
      • 24. The Past and Future of the Dark Side - Sean Ca...
      • 23. Future Experiments - Sean Carroll - Dark Matte...
      • 22. Beyond the Observable Universe - Sean Carroll ...
      • 21. Strings and Extra Dimensions - Sean Carroll - ...
      • 19. Was Einstein Right? - Sean Carroll - Dark Matt...
      • 20. Inflation - Sean Carroll - Dark Matter, Dark E...
      • 18. Quintessence - Sean Carroll - Dark Matter, Dar...
      • 17. Vacuum Energy - Sean Carroll - Dark Matter, Da...
      • 16. Smooth Tension and Acceleration - Sean Carroll...
      • 15. The Geometry of Space - Sean Carroll - Dark Ma...
      • 14. The Accelerating Universe - Sean Carroll - Dar...
      • 13. WIMPs and Supersymmetry - Sean Carroll - Dark ...
      • 12. Dark Stars and Black Holes - Sean Carroll - Da...
      • 11. The Cosmic Microwave Background - Sean Carroll...
      • 10. Primordial Nucleosynthesis - Sean Carroll - Da...
      • 9. Relic Particles from the Big Bang - Sean Carrol...
      • 8. The Standard Model of Particle Physics - Sean C...
      • 6. Gravitational Lensing - Sean Carroll - Dark Mat...
      • 5. Galaxies and Clusters - Sean Carroll - Dark Mat...
      • 4. Cosmology in Einstein's Universe - Sean Carroll...
      • 3. Space, Time, and Gravity - Sean Carroll - Dark ...
      • 2. The Smooth, Expanding Universe - Sean Carroll -...
      • 1. Fundamental Building Blocks - Sean Carroll - Da...
      • Entrevista com Detlev Claussen e Notas sobre a Est...
      • Countdown to Zero: it's only a question of time (2...
      • NOVA - The Fabric of Cosmos: What is Space? by Bri...
      • Stary Olsa´s "Грунвальдская бітва 1410" by the ep...
      • The Flow of Time, by David Malone
      • Die inoffizielle Hymne der Bundesrepublik Deutschl...
      • Niall Ferguson - Civilization: Ist the West Histor...
      • Pandora's Box - A Fable From the Age of Science (A...
      • Adam Curtis - All Watched Over by Machines of Lovi...
      • "Fábula de Anfion", João Cabral de Melo Neto
      • Poesia e Composição - A Inspiração e o Trabalho de...
      • Ein Interview mit Hans Magnus Enzensberger über da...
      • "Amor", Clarice Lispector ("Laços de Família")
      • What's real? What's not? That's what I do in my ac...
      • Ночь светла - Noch Svetla
      • No Céu da Vanguarda: Homenagem ao Maestro Hans-Joa...
      • Hans Magnus Enzensberger: A Theory of Tourism* (1958)
      • Hans Magnus Enzensberger: Uma Teoria do Turismo (1...
      • The Meaning of Life - The Miracle of Birth - The T...
      • "We had seen God in His splendors, heard the text ...
      • Heiner Müller, a Utopia diante do Espelho - O Esta...
      • Interview mit dem Bundespräsidenten Johannes Rau f...
      • "A globalização não beneficia a todos" - O preside...
      • Die Jagd nach den Grenzen des Universums
      • Durch Welt und Himmel (2009)
    • ►  October (17)
Powered by Blogger.

About Me

Unknown
View my complete profile